terça-feira, 9 de junho de 2009

Invisibilidade pública, você sabe o que é?

Essa semana recebi um texto muito interessante a respeito de uma tese de mestrado defendida por um psicólogo social na USP. Durante oito anos ele trabalhou como gari varrendo as ruas da USP, tudo isso para provar a existência da invisibilidade pública. Ele mesmo definiu esse termo como sendo "uma percepção humana totalmente prejudicada e condicionada à divisão social do trabalho, onde enxerga-se somente a função e não a pessoa".
Depois que li toda a história, fiquei perplexo ao perceber que eu me enquadro no grupo daqueles conhecidos do professor que passariam por ele como se fosse algo, e não uma pessoa. Isso me recordou uma experiência que tive num grupo de jovens que participei. Certa vez, a pregadora daquele dia se vestiu como uma moradora de rua e ficou deitada na porta da igreja bem no horário em que os jovens passariam por lá para ir ao grupo. Ninguém a ajudou, mas todos ficaram calados quando viram aquela maltrapilha tão conhecida pregar naquela noite.
Estamos distantes do que Cristo fazia... Ele enxergou a mulher encurvada que ninguém notou durante dezoito anos, e nós somos capazes de passar anos sem saber do sofrimento daquele a quem desejamos a paz durante a missa. Jesus avistou Zaqueu, o cobrador de impostos, e nós comumente avistamos aqueles de quem temos algo pra cobrar. Jesus lavou os pés dos outros, nós lavamos as nossas próprias mãos.
Mas nunca é tarde! A partir de hoje, dê um bom dia ao cobrador de ônibus, um sorriso ao varredor de rua. Preste mais atenção ao seu irmão de igreja, ao amigo de faculdade, ao colega de trabalho. Tire as pessoas de um lugar baixo e coloque-as onde Jesus colocaria, em um lugar alto: no coração!

Um abraço,
Gilberto Monteiro

*** clique aqui e confira o texto e a entrevista com o psicólogo social Fernando Braga da Costa***