sábado, 19 de dezembro de 2009

Roda da (des)graça

Tempos atrás estive em grupo de oração em São Paulo e me chamou muito a atenção como as pessoas que ministravam as músicas e as orações falavam com freqüência sobre tribulações, problemas e dificuldades. Parecia que todos ali naquele lugar eram pessoas que acabaram de chegar de uma guerra, onde o bombardeio de problemas era constante. Quando estamos numa situação dessas e nos perguntam: como vai a vida, como estão as coisas? Temos o “costume” de responder com aquela entonação mais triste possível: vou indo, vou caminhando...

Refletindo um pouco sobre isso, a maioria de nós segue uma seqüência bem lógica quando enfrenta algum problema. Assim que ele surge, ele cria em nós uma ansiedade. Queremos ver as coisas resolvidas rápido. Queremos o equilíbrio das situações o mais breve possível. O coração bate mais forte. Os pensamentos voam na direção de respostas ao porquê daquela situação. Buscamos um culpado ou nos culpamos. Os sentimentos se tornam sintomas e a cabeça começa a doer, o cansaço é mais freqüente e o problema continua crescendo mais do que a capacidade de solução. A tribulação vai gerando ansiedade.

Com toda essa ansiedade, o jeito é encontrar uma solução, uma resposta. E uma busca desesperada começa, querendo encontrar um fim pra toda a ansiedade. Nesse momento atira-se pra qualquer lado, tenta-se todas as possibilidades, joga-se todas as fichas em qualquer lugar e a qualquer custo. O mais importante é a solução. A ansiedade vai produzindo infidelidade ao que acreditamos, qualquer coisa passa a valer a pena, as certas e também as erradas, as legais e as ilegais.

Nessa roleta russa em busca de soluções, o coração vai criando uma expectativa negativa. Pensamos: “Tudo é difícil pra mim”, “esse problema é muito grande”, “eu não sou tão bom assim”, “aquilo é muito difícil”, “ eu nunca vou conseguir resolver isso”... Por fim acabamos adotando soluções paliativas que na maioria das vezes não refletem a vontade de Deus para aquele momento. Numa situação dessas, as respostas que conseguimos são como “analgésicos” que eliminam os sintomas dos problemas, quando na verdade precisávamos de um antibiótico que curasse a causa verdadeira. O tempo passa e aquela mesma dor, aquele mesmo problema retorna, e o ciclo se repete: tribulação gerando ansiedade e desespero, ansiedade gerando infidelidade, infidelidade gerando pessimismo.

A pior parte disso, é que infelizmente nesse caso, a esperança não engana. Os pessimistas estão sempre certos a respeito do seu futuro. O mal que esperam sempre chega, fazendo com que permaneçam na “roda da desgraça”, girando, e rodando, e reclamando, e girando, e rodando e sempre reclamando...

A boa nova para 2010 é que por meio de Jesus Cristo temos acesso à “roda da graça”. Nesse ciclo diferente, cada problema que chega, por pior que seja, é encarado como uma oportunidade. Os atribulados ao invés de se desesperar começam a desenvolver em seu coração uma paciência incrível, e são assim pacientes porque a graça que possuem ensina a esperar a melhor solução. Nem sempre o mais rápido é o melhor, às vezes as respostas certas não estão aguardando atrás da grande e larga “Porta da Esperança”, como naquele programa do Sílvio Santos. Na maioria das vezes elas estão logo atrás da porta estreita. Por saberem disso, os que tem paciência demonstram uma fidelidade aos seus princípios e àquilo que crêem, são fiéis porque sabem que o melhor de Deus ainda está por vir. Essa fidelidade gera nesse tipo de pessoa uma esperança tão positiva de que logo o temporal vai passar e a bonança vai chegar. Gera uma certeza de que aquela solução que só se pode imaginar, que ainda é invisível, em breve vai se tornar real. E felizmente nesse caso, a esperança não engana. Os otimistas estão sempre certos a respeito do seu futuro. O bem que esperam sempre chega, fazendo com que permaneçam na “roda da graça”, girando, e rodando e se alegrando, e girando, e rodando, e se alegrando...

A ciranda do povo de Deus no deserto durou quarenta anos quando poderia ter durado onze dias. Talvez não estivessem abertos à outra ciranda da paciência, fidelidade e esperança. Quanto tempo temos levado pra resolver as situações difíceis que aparecem ao longo da vida? Quantas vezes os mesmo problemas se repetiram? O que eles produziram em nós?

“Por meio de nosso Senhor Jesus Cristo é que tivemos acesso a essa graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança de possuir um dia a glória de Deus. Não só isso, mas nos gloriamos até das tribulações. Pois sabemos que a tribulação produz a paciência, a paciência prova a fidelidade e a fidelidade, comprovada, produz a esperança. E a esperança não engana. Porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado (Romanos 5, 1-5)”.

Mesmo que durante 2009 ou ao longo de toda a sua vida os seus problemas geravam ansiedade, infidelidade e pessimismo, por meio de Jesus temos acesso à graça do Espírito Santo que modifica nosso posicionamento diante dos problemas, gerando paciência Santo que modifica nosso posicionamento diante dos problemas, gerando paciluçcom que permaneça o c, fidelidade e otimismo. Faça a experiência! Nesse Natal quem te presenteia é Jesus, ele está derramando o Espírito Santo sobre a sua vida. Peça-o em oração. Deixe 2010 ser o melhor ano da sua vida!

Um abraço,

Feliz Natal e um ótimo Ano Novo,

Gilberto Monteiro