domingo, 30 de agosto de 2009

As mais pedidas nas igrejas e nas rádios

Texto publicado no site http://www.portalcatolico.org.br
Confira:

Pouco tempo atrás estive em missão numa cidade do norte do Paraná. Tivemos a oportunidade de divulgar o encontro que iríamos pregar na rádio FM mais ouvida da região. A caminho da rádio um dos coordenadores daquele encontro nos disse que a abertura que conseguiram junto àquela rádio para divulgar os eventos da diocese se devia à banda Rosa de Saron. Ele nos contou que um dos radialistas sempre dizia que nunca tocaria música cristã de qualquer tipo na programação dele porque não via nada de bom nesse tipo de música. O tempo passou e os ouvintes começaram a pedir as canções do Rosa e ele se obrigou a incluir a banda no seu playlist. Mas a história não parou por aí. O Rosa de Saron liderou a lista das mais pedidas por um bom tempo e a direção da rádio promoveu um show com a banda na cidade.


Começo meu texto contando esse fato porque ele ilustra uma nova expressão que vem se consolidando a um tempo: o entretenimento que evangeliza. A música cristã, em especial a música católica, começou a sair de dentro da igreja e invadir os lugares antes ocupados somente pela música secular através do Pe. Marcelo Rossi, Pe. Antônio Maria e algumas outras pessoas, mas ainda assim eram canções populares e cantadas nos grupos de oração e celebrações. Hoje essa nova música católica que chega nas rádios comerciais e programas de TV são canções que nem sempre se encaixam na liturgia ou em grupos de oração, mas possuem um mesmo propósito que as outras que se encaixam: músicas a serviço da Palavra de Deus.


Nesse ponto de reflexão conseguimos discernir dois tipos de músicas e de ministérios. Há aqueles que tem uma proposta congregacional, com canções que “deixam” de pertencer aos seus autores e passam a pertencer ao povo, que as canta nas missas, celebrações, encontros, etc. Existem canções que auxiliam o serviço da igreja em todas as suas atividades e o povo já sabe de cor. Essas músicas nunca serão esquecidas e sempre estarão nas paradas de sucesso dos ministérios de qualquer paróquia. Como exemplo cito a canção Como és lindo, composta por Walmir Alencar em 1996 e gravada no CD Celebra a Vitória, da banda Vida Reluz em 1998. Já perdi a conta de quantas vezes cantei essa música ou já ouvi outros ministérios cantando. Mesmo depois de onze anos da sua gravação ela continua atual.
A outra expressão que percebemos são aquelas canções que nem sempre se enquadram no cotidiano das igrejas. Às vezes são músicas com arranjos e interpretações que partem mais para o lado admirável do que para o “ministrável”, mas a grande diferença é que essa arte é mais eficaz para atingir um povo que talvez não ouça nenhuma outra composição que seja relacionada a Deus. Embora ela nem sempre seja apropriada no exercício dos ministérios, muitas vezes ela é a única que consegue transcender as paredes dos templos e ministrar aos corações afastados.


Esse novo cenário traz consigo oportunidades e responsabilidades. Oportunidade de melhorarmos nossa capacidade de produzir música de qualidade, oferecendo “entretenimento cristão” tão bom quanto o que vemos no meio secular, bem como melhorar o que se canta na casa de Deus, trazer excelência aos nossos ministérios. Oportunidade de sermos os luzeiros no mundo, ostentando a palavra da vida em meio à sociedade (Filipenses 2, 15). Responsabilidade em manter as coisas que não passam (chamado, carisma, fé) em vista das coisas que passam (aplausos, fama e dinheiro). Responsabilidade de viver aquilo que se canta, para que vejam nossas boas obras e glorifiquem ao Pai que está no céu (Mateus 5, 16).


Em todas as situações, o mais importante é que a música cristã esteja sempre a serviço da Palavra de Deus, alcançando a todos e revelando a face de Cristo, dentro da igreja e fora dela também. Como Paulo disse a Timóteo: prega a palavra, insiste oportuna e importunamente (II Tim 4, 2).
Os tempos são novos e graças a Deus podemos ver o Reino de Deus sendo cantado em lugares que antes sequer imaginaríamos. Bendito seja Deus por isso!

Um abraço,
Gilberto Monteiro
www.gilbertomonteiro.com.br
Exclusivo para o Portal Católico